Um policial militar e mais duas pessoas foram presas em flagrante, na manhã deste domingo, após terem incendiado um barraco em um assentamento no interior de São Gabriel. O incêndio, conforme a Polícia Civil, foi por causa de uma disputa de terras no assentamento Cristo Rei, na localidade de Batovi, a cerca de 45 quilômetros da área urbana da cidade.
De acordo com informações da Brigada Militar de São Gabriel, a equipe recebeu uma ligação pelo 190 dizendo que um Logan, com três pessoas armadas, estaria deslocando até o assentamento para retirar um casal que estaria ocupando um lote de terra indevidamente. Como não havia ordem judicial de reintegração de posse, uma guarnição foi deslocada para o local.
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Três homens foram detidos em flagrante pela BM e levados para a delegacia. Eles teriam ateado fogo no barraco onde residia um casal, que não ficou ferido. O carro e uma pistola, com 20 munições, foram apreendidos. Na delegacia, eles receberam voz de prisão em flagrante por incêndio criminoso, ameaça e roubo. Um deles, que é PM lotado em Caxias do Sul, foi levado para o presídio militar em Porto Alegre. Os outros dois, para o Presídio Estadual de São Gabriel.
DISPUTA DE TERRA
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar os três. De acordo com o delegado José Bastos, de São Gabriel, uma disputa de terras motivou os crimes. O lote de terra seria ocupado anteriormente por uma mulher, de Caxias do Sul, que teria ido embora do local. Com isso, o casal passou a ocupar a área que fica no assentamento. O PM disse, em depoimento, que apenas acompanhou a mulher que ocupava a área antigamente para preservar a integridade física dela. A relação entre PM e a mulher não foi esclarecida. Ele disse que apenas conversou com o casal que residia ali e que eles teriam concordado em desocupar a área. Ainda conforme o depoimento do PM, o casal teria consentido o incêndio no barraco.
A versão do casal, que também foi ouvido no domingo, é diferente. Eles disseram ter o celular roubado pelo trio e que saíram do barraco após sofrer ameaças. Eles negaram que permitiram o incêndio.
INVESTIGAÇÃO
Além do inquérito da Polícia Civil, o policial militar - que não teve o nome informado - também responderá a um processo administrativo da Brigada Militar. O coronel Ricardo Fraga Cardoso, do Comando Regional da Brigada Militar da Serra, conta que o PM é lotado no 12º Batalhão Policial Militar, em Caxias, mas estava em horário de folga quando o crime foi registrado. Um inquérito policial militar já foi instaurado.